sexta-feira, 22 de junho de 2012

Caledianismo


Essa noite eu sonhei contigo, e queria te pedir a gentileza de sair da minha cabeça...
Porque eu me encho de tristeza ao acordar sem você ao meu lado.
Queria teu sorriso todo dia e teu gosto bom e quente, de samba e cachaça
Na minha cintura repousavam as suas mãos assanhadas
[que curariam qualquer insegurança.]
Não sei dançar essa dança e tenho medo de morrer de amor.
Sou uma nêga desengonçada, mas se tu me apresentasses como tua nêga,
tua prenda, tua preta,
me bastaria.
No sonho você sorria
e me olhava com desejo,
caminhava até mim e selava minha boca com um beijo,
marcando sua alma na minha, calminha.
E num ziriguidum só teu, o meu descompassado coração batendo alto me deixava calada.
E eu inebriada com teu cheiro, cismava de ser um violão
pra por ti ser tocada, pra te tocar com minhas canções,
pra encher teu coração
de notas, pra musicalizar tuas emoções
e tua vida.
E nua eu vinha, nuvenzinha.
Num misto de atrevimento e simpatia...
Você resistiria?
Acho que não.
Quando eu me abrisse todinha e você visse cada pétala e cada espinho,
acho que ficaria caidinho, como no sonho ficou.
Mas a verdade é que como Sócrates, só sei que nada sei...
Nada sei do teu cheiro inventado,
do som da tua risada, dos teus espinhos ou de tuas pétalas, meu cravo,
meu caro, meu amado, platonizado.
Só sei do sorriso que vi, da voz que preencheu todo meu espírito,
dos olhos ternos e convidativos,
das palavras tão perfeitamente combinadas
e já mencionei seu sorriso?
Só sei que você fica lindo de branco
e eu nos vejo sentados no banco
da nossa casa sorrindo com nossos netos.
Pena que você não está perto.
Pena que nunca vai saber disso.
Porque essa noite eu sonhei contigo
e o que eu mais queria

era te tirar da cabeça.

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